Tempo livre


A questão do tempo livre — o que as pessoas fazem com ele, que chances eventualmente oferece o seu desenvolvimento — não pode ser formulada em generalidade abstrata. A expressão, de origem recente — aliás, antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma vida folgada e, portanto, algo qualitativamente, distinto e muito mais grato —, opõe-se a outra: à de tempo não-livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos acrescentar, na verdade, determinado de fora.
O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém as pessoas sob um fascínio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simples entre as pessoas em si e seus papéis sociais. Em uma época de integração social sem precedentes, fica difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho.
A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta: “Com o aumento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condições de não-liberdade, isto é, sob relações de produção  em que as pessoas nascem inseridas e que, hoje como antes, lhes prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com o tempo livre?” Se se cuidasse de responder à questão sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não-liberdade, tão desconhecida da maioria das pessoas não-livres como a sua não-liberdade em si mesma.
T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Maria Helena Ruschel (Trad.). Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82 (com adaptações).

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De onde vem as boas idéias


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De valor a sua capacidade de ser consciente.

De valor a sua capacidade de ser consciente.
Nao se esqueça de que vc possui o bem mais valioso que um ser humano pode alcançar. VC tem a sua consciencia que lhe confere o dom de amar a propria vida, o planeta, a humanidade como um todo. Por isso, é tao importante desenvolver e aperfeiçoar a nossa consciência. O desenvolvimento da consciencia provoca experiencias transformadoras em nós. Mudamos a nossa forma de ver, viver, sentir e nos relacionar com o mundo. Com o aperfeiçoamento da consciencia, aumentamos a nossa capacidade de amar e, com isso, temos o privilegio de praticar o amor incondicional. Exercer esse amor de forma realista e madura e ter o bem pulsando dentro de nós.


Fonte:Ana Beatriz Barbosa Silva. Mentes Perigosas

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A Cultura dos tempos modernos

A cultura dos tempos modernos

A ideologia sobre a qual se alicerça a cultura dos nossos tempos é baseada em tres principios basicos: 1) o individualismo; 2) o relativismo; 3) o instrumentalismo.
De forma compreensivel e sem, contudo, aprofundar-se na esfera da filosofia, os tres principios podem ser avaliados da seguinte maneira:
1. o individualismo prega a busca do melhor tipo de vida a se usufruir. Entende-se como o melhor tipo de vida aquele que abrange o auto-desenvolvimento, a auto-realizaçao e auto-satisfaçao. De acordo com essa concepção, o individuo tem a obrigaçao moral de buscar a sua felicidade em detrimento de qualquer outra obrigaçao com os d+.
2. segundo o relativismo todas as escolhas sao igualmente importantes, pois nao ha um padrao de valor objetivo que nos permite estabelecer uma hierarquia de condutas. Assim, qualquer ação que leva o individuo a atingir a auto-satisfaçao é valida e nao pode ser questionada.
3. O instrumentalismo afirma que o valor de qualquer coisa fora de nos é apenas uma valor instrumental, ou seja, o valor das pessoas e das coisas se resume no que elas podem fazer por nós.

Na verdade, tudo está implicito no primeiro e principal componente da cultura moderna: o individualismo. Assim, o nosso principal objetivo é a realizaçao e a satisfaçao pessoais. As obrigaçoes que temos com as demais pessoas sao meramente secundarias, prevalecendo a obrigaçao de desfrutarmos a vida da maneira que escolhermos. Dessa forma, as outras pessoas se transformam em simples meios para chegarmos a um fim.
A enfase sobre a liberdade criou grande contradiçao de nossos tempos: como estabelecer valores morais e eticos num mundo onde se prioriza as escolhas individuais?

A modernidade foi responsavel por uma serie de mudanças na nossa forma de ver e sentir o mundo. O desenvolvimento economico nos tempos modernos fundamenta-se na crença cega de que nao podemos parar nunca: ha sempre o que aprender, conquistar, possuir, descobrir, experimentar... Nada nem ninguem é capaz de nos satisfazer plenamente, pois sempre ha novas possibilidades para serem testadas na conquista de tal realizaçao pessoal.

A realizaçao proposta por nossa sociedade so pode ser de aspecto material, pois afetos verdadeiros nao podem ser adquiridos nem substituidos na velocidade que nossos tempos preconizam. A cultura do individualismo e o desejo de conseguir bem estar material a qualquer custo tem provocado erosao dos laços afetivos dentro da nossa sociedade. Com isso, virtudes como a honestidade, a reciprocidade e a responsabilidade com os demais caem em total descredito. E assim, repletos de conforto e tecnologia, acabamos por nos tornar cada vez mais sozinhos e menos comprometidos com os nossos semelhantes..

[Fonte]: Silva, Ana Beatriz B. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. RJ: Objetiva, 2008

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Metanóia

Reflexões diárias



Minha oração de hoje é que Jesus me de essa oportunidade de sofrer essa metanoia, de ter a minha consciencia expandida, de ter a minha compreensão da realidade absolutamente modificada e coerente com todo o universo de possibilidades que existe no reino de Deus.

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A Primeira Noite de um Homem

A Primeira Noite de um Homem (The Graduate)
Dir.: Mike Nichols
Com  Dustin Hoffman, Anne Bancroft, Katherine Ross, William Daniels


Esse filme é inesquecível pelas canções da dupla Simon & Garfunkel que indicam com exatidão o estado de espírito do protagonista, Ben. Embora o filme trate de experiências dolorosas da vida, como o isolamento e a saudade, ele é divertido.

E ainda....

É  muito difícil não se identificar com os dramas do personagem.
Mr. Braddock: O que foi, Ben?
Ben: Eu estou...
Mr. Braddock:  Preocupado?
Ben:  Bem...
Mr. Braddock:  Com o quê?
Ben: Com o meu futuro.
Mr. Braddock:  O que tem ele?
Ben: Não sei... Quero que seja...
Mr. Braddock:  o quê?
Ben: Diferente.



Seqüência memorável 1:  primeiro Sounds of Silence em seguida April Come She Will, sugerindo o vazio e a falta de alegria da sua vida, Ben anda para trás e para frente de forma transparente entre esses dois mundos e perseguições.



"Hello darkness my old friend, I've come to talk with you again..." 



April, come she will...
May, she will stay, resting in my arms again,
June, she'll change her tune...
July, she will fly, and give no warning to her flight,
August, die she must, the autumn winds blow chilly and cold
September, I'll remember a love once new has now grown old

Seqüência memorável 2: a música, Scarborough Fair  está associada a um promissor relacionamento 

Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary and thyme
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine.


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Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall)
Dir.: Woody Allen
Com Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Janet Margolin, Paul Simon, Shelley Duvall, Christopher Walken

Depois de muitas recomendações de listas de filmes que você não pode deixar de assistir....  esse filme é indispensável por dois motivos:
  • Humor sarcástico, humor sutil, humor escancarado, humor pastelão.
  • Situações absolutamente honestas “da arte imita a vida” ?

O protagonista  Alvy Singer é o sujeito responsável por narrar o romance  e por sentir a necessidade de expor os possíveis problemas que estão associados com seus sentimentos. O obstáculo à felicidade romântica não foram fatores externos, mas neuroses dos protagonistas pessoais. Será possível a reconciliação com Annie?
O ponto de partida do filme é o monologo de Alvy
Eu e a Annie nos separamos. Ainda não me habituei à idéia. Continuo envolvido com a nossa relação, analisando a minha vida para entender onde é que a coisa degringolou? Há um ano estávamos... apaixonados.

Ao final...........

E me lembrei da velha piada, do cara que vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, o meu irmão é maluco. Acha que é uma galinha".
"E o médico pergunta: "Por que é que não o traz de volta a si?".E ele responde: "Até faria, mas preciso dos ovos".É mais ou menos o que sinto sobre as relações entre as pessoas. São totalmente irracionais, loucas e absurdas... Mas nós vamos agüentando porque precisamos dos ovos.
 São 93 minutos muito intensos e adoráveis. 


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